Pentagrama na história, parte III.

>> segunda-feira, 6 de junho de 2011





Durante o longo período da Inquisição, havia a promulgação de muitas mentiras e acusações em decorrência dos "interesses" da ortodoxia e eliminação de heresias. A Igreja mergulhou por um longo período no mesmo diabolismo ao qual buscou se opor. O pentagrama foi visto, então, como simbolizando a cabeça de um bode ou o diabo, na forma de Baphomet, e era Baphomet quem a Inquisição acusou os Templários de adorar. Também, por esse tempo, envenenar como meio de assassinato entrou em evidência. Ervas potentes e drogas trazidas do leste durante as Cruzadas, entraram na farmacopéia dos curandeiros, dos sábios e das bruxas.



Curas, mortes e mistérios desviaram a atenção dos dominicanos da Inquisição, dos hereges cristãos, para as bruxas pagãs e para os sábios, que tinham o conhecimento e o poder do uso dessas drogas e venenos. Durante a purgação das bruxas, outro deus cornudo, como Pan, chegou a ser comparado com o diabo (um conceito cristão) e o pentagrama - popular símbolo de segurança - pela primeira vez na história, foi associado ao mal e chamado "Pé da Bruxa". As velhas religiões e seus símbolos caíram na clandestinidade por medo da perseguição da Igreja e lá ficaram definhando gradualmente, durante séculos. As sociedades secretas de artesãos e eruditos, que durante a inquisição viveram uma verdadeira paranóia, realizando seus estudos longe dos olhos da Igreja, já podiam agora com o fim do período de trevas da Inquisição, trazer à luz o Hermetismo, ciência doutrinária ligada ao agnosticismo surgida no Egito, atribuída ao deus Thot, chamado pelos gregos de Hermes Trismegisto, e formada principalmente pela associação de elementos doutrinários orientais e neoplatônicos. Cristalizou-se, então, um ensinamento secreto em que se misturavam filosofia e alquimia, ciência oculta da arte de transmutar metais em ouro. O simbolismo gráfico e geométrico floresceu, se tornou importante e, finalmente, o período do Renascimento emergiu, dando início a uma era de luz e desenvolvimento.



Um novo conceito de mundo pôde ser passado para a Europa renascida, onde o pentagrama (representação do número cinco), significava agora o microcosmo, símbolo do Homem Pitagórico que aparece como uma figura humana de braços e pernas abertas, parecendo estar disposto em cinco partes em forma de cruz; o Homem Individual. A mesma representação simbolizava o macrocosmo, o Homem Universal - dois eixos, um vertical e outro horizontal, passando por um mesmo centro. Um símbolo de ordem e de perfeição, da Verdade Divina. Portanto, "o que está em cima é como o que está embaixo", como durante muito tempo já vinha sendo ensinado nas filosofias orientais. O pentagrama pitagórico - que se tornou, na Europa, o de Hermes, gnóstico - já não aparece apenas como um símbolo de conhecimento, mas também como um meio de conjurar e adquirir o poder. Figuras de Pentagramas eram utilizadas pelos magos para exercer seu poder: existiam Pentagramas de amor, de má sorte, etc. No calendário de Tycho Brahe "Naturale Magicum Perpetuum" (1582), novamente aparece a figura do pentagrama com um corpo humano sobreposto, que foi associado aos elementos. Agripa (Henry Cornelius Von de Agripa Nettesheim), contemporâneo de Tycho Brahe, mostra proporcionalmente a mesma figura, colocando em sua volta os cinco planetas e a Lua no ponto central (genitália) da figura humana. Outras ilustrações do mesmo período foram feitas por Leonardo da Vinci, mostrando as relações geométricas do Homem com o Universo. Mais tarde, o pentagrama veio simbolizar a relação da cabeça para os quatro membros e conseqüentemente da pura essência concentrada de qualquer coisa, ou o espírito para os quatro elementos tradicionais: terra, água, ar e fogo - o espírito representado pela quinta essência (a "Quinta Essentia" dos alquimistas e agnósticos).

0 comentários:

Quem me Acompanha

Livros que Aconselho

  • A Agenda Pleiadiana de Barbara Hand Clow
  • A Arte da Guerra de Sun Tzu
  • A Chave do Grandes Mistérios de Éliphas Lévi
  • A Ciência dos Espíritos de Éliphas Lévi.
  • A Dança Cósmica das Feiticeiras de Starhawk, Gui de Rituais para Celebrar a Deusa
  • A Décima Profecia de James Redfield
  • A Profecia Celestina de James Redfield
  • A Reencarnação de Papus
  • As Brumas de Avalon de Marion Zimmer Bradley
  • Brida de Paulo Coelho
  • Como Trabalhar Intuitivamente com os Símbolos de Helmut Hofmann
  • Dogma e Ritual de Alta Magia de Éliphas Lévi
  • Luz Emergente de Barbara Ann Brennan
  • Mensagens do Astral de Ramatis
  • Mistérios Nórdicos de Mirella Faur
  • Mãos de Luz, Um guia para a cura através do campo de energia humana, de Barbara Ann Brennan
  • O Arcano dos 7 Orixás de F. Rivas Neto
  • O Caminho do Amor de Osho
  • O Guia da Tradição Wicca para Bruxos Solitários de Raymond Buckland
  • O Mundo dos Anjos e os Devas de Michael Coquet
  • O Poder da Bruxa de Laurie Cabot, A Terra, A Lua e o Caminho Mágico Feminino
  • O Poder do Subconsciente de Dr. Joseph Murphy
  • O Significado da Bruxaria de Gerald Gardner
  • O Tao da Física, Um paralelo entre a física moderna e o misticísmo oriental, de Fritjof Capra
  • Reiki Essencial de Diane Stein
  • Rituais Celtas de Andy Baggott
  • Umbanda a Protossíntese Cósmica de F. Rivas Neto
  • Umbanda Sagrada de Rubens Saraceni
  • Wicca, A Grande Arte da Bruxaria Verde de Ann Moura (AOUMIEL)

  © Blogger templates Inspiration by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP