O Sabá das Feiticeiras, reportagem publicada na revista Planeta/2000. Parte V
>> segunda-feira, 6 de junho de 2011

Foram tantos os processos e tão assustador o cenário de vida montado pela Inquisição, que esta não fez senão maior milagre que o de espalhar a fé no Demônio por toda a parte, criando-O para sempre a partir da santa luta que despendeu durante séculos contra Ele. Enquanto o espírito da Renascença revelava sua lucidez e ressuscitava clássicos da filosofia platônica e aristotélica que invadiam o mundo, traduzidos pelos árabes (não cristãos, evidentemente), a religião cristã sadicamente se divertia em sua cruzada insana contra as bruxas. Numa época em que as artes progrediam, e as Universidades se firmavam, o Demônio crescia para o mundo quanto mais a Igreja lançava almas ao fogo de seu abismo.
Lentamente extinguir-se-ão as fogueiras...a última condenação teve lugar em 1793; e no México a Inquisição fecharia suas portas somente um século mais tarde.
Nem as ciências, nem a medicina ou psicologia estavam desenvolvidas durante a "caça às bruxas" de modo a impedir este fenômeno hediondo, fruto da superstição cristã.
Hoje, os tempos são outros; a Igreja perdeu a hegemonia, sofreu crises, e colheu bem os frutos que plantou. É sempre assim! E eu, sem receio de ser guardado num cinzeiro, escrevo o que bem entendo sobre o sabá das feiticeiras. Conheço até algumas amigas que se dizem bruxas; mais que isso, duas delas freqüentam as missas de domingo. Mesmo quando caem numa semana de Sexta-feira 13!
* Dr. Paulo Urban é médico psiquiatra, criador da abordagem terapêutica, a Psicoterapia do Encantamento
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